domingo, 26 de janeiro de 2014

A insustentável leveza da presença.


Hoje nos reencontramos em mais uma das tantas felizes vezes...
Nos conhecemos na faculdade, nos anos 80, muita ombreira e brincos maiores que as orelhas. Muitas horas de estudo, trabalhos em grupo, seminários, neve (sim!!!  Em 1984 nevou em Porto Alegre!!) e a faculdade inteira de Psicologia correu para o pátio do Champagnat, lamentável não existir celular, máquina digital e nem rede social!
Nos formamos em momentos distintos e seguiu-se um “time”, um longo “time”... Cada qual seguiu sua estrada, nunca esquecendo o vínculo que nasceu e tornou-se naquela amizade.
Não havia tecnologia para encontrar pessoas com a facilidade dos nossos dias, mas, ainda assim, aquilo que foi conquistado se conservou num universo de amor da qualidade de quem não precisa cobrar presença, notícias, respostas, porque só o corpo físico estava distante, a presença, sempre no coração.
Nos anos 90 nos reencontramos no Restaurante Copacabana, cada uma com muitas histórias para compartilhar. Em cada reencontro muita emoção, mas as mudanças nos colocaram novamente em caminhos diferentes.
Novo século, novo reencontro para nossa felicidade. O impressionante é que reparamos que nos víamos como se nunca houvéssemos nos separado... Sabe aquela coisa de encontrar como se nos víssemos todos os dias?  Pois era como se em cada reencontro alimentássemos mais e mais o nosso vínculo.
A admiração mútua nos fez criar uma parceria de trabalho, nos colocando ombro a ombro na criação e desenvolvimento de cursos que são a nossa filosofia de vida. Crescemos juntas com a experiência de cada um dos nossos alunos.
Também dividimos consultório e até casa! E bailes, fondue, karaokê, lareira, barras de chocolate, vinhos e queijos!
Mudanças, troca de profissão, formatura, viagem ao exterior e continuamos nos reencontrando em sonhos e lembranças e agora numa tela chamada rede social...
E foi através desta rede que apareceu a notícia de mais uma separação...
Mas que separação?
Como podem se separar duas almas emanadas no amor incondicional que sempre perpetuou a presença junto ao coração!  Cobranças? Para que cobranças, então? Não há necessidade de cobranças numa relação de amizade madura, equilibrada, pois são a insegurança e os medos que geram cobranças.
Como diz Martha Medeiros, quando existem afinidades numa relação, mesmo que haja a distância, ao ocorrer o reencontro, é como se anulassem o espaço, o tempo e a separação.

Olga Maria
Marileide Raupp